30 outubro, 2007

Pra quê tudo isso???

Não, José, eu não quero isso pra mim. Quero o fim. Destrossar, desossar, devastar, arruinar. Demônios e mais demônios me azucrinando... Não me deixam em paz. Então me responda, José, por quê? Por que tudo ainda me provoca náuseas? Deve ser a rotação, as pessoas mais sensíveis tendem ao enjôo enquanto a Terra gira. Desconexo, complexo, arquétipo. Isso tem que acabar. Aliás, já é inexistente à séculos... séculos, séculos... segundos. E os demônios teimam em pular na massa encefálica. Um, dois, três... Quantos são mesmo, Josè? Eles encontraram um lugar pra ficar. Mas logo agora? Se foi erro, não sei. Se foi praga, não importa. Só sei que a porta abre e fecha incessantemente. Insanidade. Loucura. Tormenta. Dia, noite, sono, madrugada... visão. Leitura de textos antigos> leitra de textos alheios.
Outrens...

Xícara de café na ponta da mesa.
Nenhum cinzeiro.
Cadeira.
Mulher.

José? Ainda estais aí???

28 outubro, 2007

...

a muralha
o espinho fechado
o arame farpado
a corrente de elétrons

nada adiantou

ela subiu no muro
e conseguiu derrubá-lo derrubá-lo
derrubaram....






e o tempo faz estradas
e a visão faz estragos

27 outubro, 2007

...

Gosto das piadas sem graça contada por amigos com Graça
de parar na praça e olhar o vento
da luz escarlate dos cabelos da aurora
dos pontinhos pretos e distantes que os homens costumam chamar de estrelas e que eu chamo de minhas...

... dos meus demônios noturnos mais infâmes
... dos afazeres, praferes, dizeres

e eu vivo disso, além disso e com isso
querendo e não querendo mais e mais

HAIKAI

- Hi!
[Cai.]
-Árh! Nossa.... machucou???

Sobre as folhas...


Mas
deixando marcas
fazendo som
aqui se planta pra colher depois
e os mercadores vão pagar pra ver
e aquela onda vai querer passar


As flores que arrancaram vão nascer de novo
Vão nascer de novo
Vão nascer de novo

23 outubro, 2007

Roda Morta

O triste nisso tudo é tudo isso.
Quer dizer, tirando nada, só me resta o compromisso.
Com os dentes cariados da alegria.
Com o desgosto e a agonia da manada dos normais.

O triste em tudo isso é isso tudo.
A sordidez do conteúdo desses dias maquinais.
E as máquinas cavando um poço fundo entre os braçais,
eu mesmo e o mundo dos salões coloniais.

Colônias de abutres colunáveis.
Gaviões bem sociáveis vomitando entre os cristais.
E as cristas desses galos de brinquedo.
Cuja covardia e medo dão ao sol um tom lilás.

Eu vejo um mofo verde no meu fraque.
E as moscas mortas no conhaque que eu herdei dos ancestrais
E as hordas de demônios quando eu durmo.
Infestando o horror noturno dos meu sonhos infernais.

Eu sei que quando acordo eu visto a cara falsa e infame
como a tara do mais vil dentre os mortais.
E morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio o e o alcaguete não me deixam nunca em paz

O triste em tudo isso é que eu sei disso.
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais.

(Baleiro)

22 outubro, 2007

...

Eu queria saber.
Eu quero tanto saber...

Quem é Ele, quem é Ela e quem é Você?

Tropeço

Tropeço.

Certas visões não me agradam,
tropeço em minhas próprias pernas.

Desequilíbrio.

Caí???

Não sei.
Mas fiz aquela cara de 'não foi comigo' e continuei.
Só sei que certas visões não me agradaram
certas palavras machucaram
e outras não foram ditas.

Mas pra quê pensar nisso se o horizonte está na minha frente a sorrir???

20 outubro, 2007

O sentir bem

O coração desacelera
o cérebro pensa...

{o C10H14N2 e o amido fermentado agem...}

o olho sente o verde
e o corpo também.
fala, mostra os dentes, sopra e sente o gosto...


{apesar de sozinha, ela está bem.
bem como tanto precisava estar... e como precisava}


e no final da noite, o corpo cansado diz:


"Dia feliz!"

{e sorri abertamente}

Tudo é uma questão de se sentir bem.
{Sei que nada é pra sempre}

18 outubro, 2007

Dezoito de outubro de dois mil e sete.

E hoje eu senti o vento em minha alma
e gritei por dentro
e falei
falei...
... pra fora.


O vento.

15 outubro, 2007

Crepúsculo


As partes
de um todo concreto
solidificam-se a cada visão de novo.
O belo.
O difuso conecta-se ao
real
formando nuances
abóbora
no dia claro.

Crepúsculo.

Um breve adeus.

14 outubro, 2007

...

E a pedra surgiu
e a pedra caiu
e a pedra ficou

... e fez-se com forma de mulher.

11 outubro, 2007

Inércia

gosto do vestido florido
gosto da rosa absurda
gosto do sorriso da menina

... dos meus momentos mais fúteis
... das horas que não passam
... das doenças curadas
... de estar insuportável

inerte

uma breve volta à madrugada

10 outubro, 2007

Existência

Na turbulência de minhas criações
No devaneio de meus pensamentos
Vivo
Creio, mexo e existo
Pois de que adianta a matéria se dela não posso utilizar-me?
De que adianta o momento se nele não acredito?
A poesia dos tempos
A poesia do mundo

Olhos alheios

Queria ser mais que uma visão
um sorriso
uma cor
mas já que me vês dessa maneira
cabe a mim
sorrir e concordar.
Pense o que quiser.
Faça o que quiser.
Diga o que quiser.
Queria que mais do que duas pessoas me entendessem.
Querer...
Tenho que parar de fazer isso.

09 outubro, 2007

Visão

Vejo a beleza das cores
das flores
a passar e repassar
voando
velando noites e túmulos
e vida
de pessoas
e amores
sem fim

Vejo a beleza do mundo
a beleza das folhas
secas,
verdes,
colênquima fundo
seja na alegria e na tristeza
Ela sempre estará lá.

08 outubro, 2007

...

"Temporalidade humana
lição de humildade
pois em cem anos todos estaremos mortos
e a Terra será de novos
sejamos humildes como flores e insetos
sejamos breves e voláteis como o álcool"

Explanação de sabedorias populares

Escreveu
...
......
..............
leu
releu
e não entendeu
aí sim o pau comeu!

07 outubro, 2007

...

Matéria humana que pulsa
pulsa pulsa e expulsa
sentimentos e investimentos a mil
ódio, asco, escárnio
o tormento por dentro e o maldizer
esvaem-se como uma nuvem negra
uma negra nuvem que cresce
Por que tanto desconforto?
Pra quê tanto pensamento?
Ódio, asco, escárnio
Dizeres que tento esquecer
revestem essa humana casca
carne, casca, carna, casca
dura...
casta.

...

Ferir a carne
jurar injúrias
fazer das mil faces a loucura
e da dor, só mais um veneno

Cortar o pêlo
cerrar o fado
e ver nas entrelinhas e singularidades dos fatos
como é difícil ascender

Transparece, florece, empalidece, morre.

...

E eu a vejo na minha frente
encarando-me
cada dia mais e mais
linda
e não sinto nada

Ela, na sua imensa sabedoria
na hora mais bela
mais melancólica...
e eu não sinto nada

minha interrogação está sobre minha felicidade
denominador nulo
esse número não existe

Presença

Tua presença é como água
água do mar nos olhos
arde
mas depois de um tempo acostuma

Eu, tu, Ela...

Eu poetiso
Tu pro-cretiza
Ela concretiza
Ela, eu
, sou
Eu, poesia
Ela, maestria.