10 dezembro, 2007

S



Hoje eu vi um corpo. Curioso ver que a morte se assemelha ao sono. A velha utopia do descanso. Hoje eu vi um corpo. No rosto um esboço do que parecia um sorriso. Ele dormia o sono dos mortais. Um sono de quem parecia sonhar com anjos, encolhido e leve como uma criança com frio. Nenhuma lágrima desceu de meus olhos, mas as mãos foram ao rosto. A morte assusta. Assusta pela sua rapidez e falta de perdão. É como uma luz que se apaga, uma energia que falta sem piedade do aparelho a ela ligado. Morte: apesar de longe da visão, está sempre ao lado.

Sono. Sorriso. Solidão.