27 maio, 2008

Sessão cartas II

ir embora, ficar longe de pessoas, de humanos. humanos são os causadores dos meus problemas. pessoas e dinheiro. e como dinheiro é feito por pessoas, logo...

cansada. cansada da vida, de frescura, de não poder fazer, de não poder ver, de não poder. cansada do tempo, do rodoviária, do sono, das festas, das bandas, das pessoas... é o acordar todo dia de manhã já sabendo do final do dia. é ficar triste por estar bem, aparentemente bem, superficialmente bem, falsamente bem. cansada da falsidade, da brutalidade e da falta de educação. tenho que levantar, escovar os dentes e sair todos os dias.

e o líquido hidroxilado não adianta. e os abraços demorados não são para sempre. o sorriso é só externo. a fumaça vai matando aos poucos.

festas estranhas. o pouco que muda também é estranho. com pessoas estranhas. conversas estranhas e cousas estranhas. cenas de embrulhar o estômago, respirar fundo e olhar pro céu: "fica quieta que uma hora acaba, fica calada que uma hora passa, aproveita e sai daí."

vontade de trancar as porta de novo, só preciso lembrar onde pus as chaves...

queria ter pelo menos um pouco de paz. 24 horas de sossego. 24 horas... sem memória.

de que adianta sorrir? o rosto esquece, mas a mente não. mas adianta... adianta por milésimos de milésimos de segundos - é o tempo, a trégua que o cérebro dá - um período sem memória, uma fração de vida.

ah! e quase ia esquecendo... obrigada.

Àquele que me faz feliz.

Elenise Penha