06 novembro, 2007

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Talvez você fizesse aquela cara ao saber que eu sou a caçula da mamãe e uso com todo o prazer as saias de "maria-mijona" dela. Meu dinheiro vai todo embora em comida... no setut. Tenho tido acessos de dor por causa de textos e ultimamente a bebida que mais me serve é o vinho. Ando de cueca pela casa enquanto ouço dizeres que deveria ter o mínimo de pudor possível, e tenho, mas continuo a andar pelada, a ouvir música alta e a cantar com aquela voz de pato, só pra encher o saco dos vizinhos. Sinto saudade de antigos amores e não sinto raiva por ter feito merda, mas tenho medo de repetir. A calça antiga já não funciona mais e aquela blusa querida desbotou. Continuo a mendigar cuecas entre os amigo, sem muito sucesso. Não é todo mundo que compra roupa íntima masculina e não usa, só pra dar de presente àquela amiga estranha, do cabelo roxo, que não pára de aporrinhar.

Talvez você achasse estranho me ouvir dizer que gosto da Frei Serafim, andar naquele meio-fio me dá uma puta sensação de liberdade. Vivo com "fome" e insisto em botar o despertador pra duas da manhã e não acordo, diferente do resto da casa. Meu gato não me ama mais e eu ainda sonho em ir a um show do Baleiro. Gosto das músicas dele porque me deprimem pacas ou me animam pacas, depende do tamanho do complexo. Gosto de praças mas não gosto de pessoas de praça, elas sempre falam comigo, tenho um chama pra gente desconhecida falar comigo. Do nada.

Eu faço merda, eu sempre faço merda e não me arrependo.

Amo?

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