Ele é vício
idéia fixa
ela se fascina
a cada passo que ele dá
cada suspiro
cada movimento
e sente o aperto
estando com ou sem
Elenise Penha
Do outro lado... rosas e vermelho
29 dezembro, 2008
22 dezembro, 2008
21 dezembro, 2008
muito fácil responder quando o mundo sorriu pra mim... à outra parte da vida só restam os versos de Leminski:
"que tudo passe
e passe bem"
e as nuvens cinza, com passos sorrateiros, vão deixando seus raios que queimam quase tudo por onde passam e deixam tudo preto aos olhos. tá bunito pra chuver, mas o clima sempre seco não dá chances a umidades superiores. e tudo é tão distante, tão distante, que só ouço vozes escritas quando meus olhos passeiam por lugares estranhos. é amargo esse sabor. o cheiro é mais que familiar. as cores? não, não... chega.
bom dia, boa tarde e boa noite.
Elenise Penha
"que tudo passe
e passe bem"
e as nuvens cinza, com passos sorrateiros, vão deixando seus raios que queimam quase tudo por onde passam e deixam tudo preto aos olhos. tá bunito pra chuver, mas o clima sempre seco não dá chances a umidades superiores. e tudo é tão distante, tão distante, que só ouço vozes escritas quando meus olhos passeiam por lugares estranhos. é amargo esse sabor. o cheiro é mais que familiar. as cores? não, não... chega.
bom dia, boa tarde e boa noite.
ah! se tudo passe
e se passe sem?
e se passe sem?
Elenise Penha
Sour Times
To pretend no one can find,
The fallacies of morning rose,
Forbidden fruit, hidden lies,
Curtises that I despise in me
Take a ride, take a shot now,
Cos nobody loves me, it's true,
Not like you do
Covered by the blind belief,
That fantasies of sinfull screams,
Bear the facts or soon will die,
End the vows no need to lie
Enjoy
Take a ride, take a shot now,
cos nobody loves me, it's true,
Not like you do
Who oo am I, what and why
cos all I have left is the memories of yesterday,
Ohh the sour times
cos nobody loves me, it's true,
Not like you do
After time the bitter taste,
Of innocence decent or race
Scattered seed, buried lives,
Histories of our disguise,revolve
Circumstance will decide
The fallacies of morning rose,
Forbidden fruit, hidden lies,
Curtises that I despise in me
Take a ride, take a shot now,
Cos nobody loves me, it's true,
Not like you do
Covered by the blind belief,
That fantasies of sinfull screams,
Bear the facts or soon will die,
End the vows no need to lie
Enjoy
Take a ride, take a shot now,
cos nobody loves me, it's true,
Not like you do
Who oo am I, what and why
cos all I have left is the memories of yesterday,
Ohh the sour times
cos nobody loves me, it's true,
Not like you do
After time the bitter taste,
Of innocence decent or race
Scattered seed, buried lives,
Histories of our disguise,revolve
Circumstance will decide
Portishead
26 novembro, 2008
06 novembro, 2008
04 outubro, 2008
08 agosto, 2008
Quando eu vi você
quando eu vi você
tive uma ideia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
Paulo Leminski
tive uma ideia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
Paulo Leminski
06 agosto, 2008
Velhice
as mãos doem
as rugas crescem por todo o corpo
as lágrimas secam
a dor aumenta
você enrudece
enrubrece do Sol que não só castiga
o coração
dor, em todos os membros
dói o passado
o que passou não vai embora
e as rugas tomam conta
do seu cérebro
a cor, é cinza
as rugas crescem por todo o corpo
as lágrimas secam
a dor aumenta
você enrudece
enrubrece do Sol que não só castiga
o coração
dor, em todos os membros
dói o passado
o que passou não vai embora
e as rugas tomam conta
do seu cérebro
a cor, é cinza
[das cores, todas]
azul
o céu que sorri
cinza como minh'alma
amarelo como o sorriso nicotinado
verde como o vestido da poetiza
marrom como o mar que um dia vi
roxo
o cabelo da menina
dourado como a cajuína
negro é que que perdi
mas vermelho, bem vermelho é meu sangue
que desce por entre minhas pernas
e me faz lembrar que um pouco de mim pode ser imortal
algum dia
[brilhantes como alguns olhos]
Elenise Penha
o céu que sorri
cinza como minh'alma
amarelo como o sorriso nicotinado
verde como o vestido da poetiza
marrom como o mar que um dia vi
roxo
o cabelo da menina
dourado como a cajuína
negro é que que perdi
mas vermelho, bem vermelho é meu sangue
que desce por entre minhas pernas
e me faz lembrar que um pouco de mim pode ser imortal
algum dia
[brilhantes como alguns olhos]
Elenise Penha
02 agosto, 2008
31 julho, 2008
Sunday Morning
"Eu me lembro quando eu era jovem
Me sentindo triste na manhã de domingo
Eu não quero fazer isso nunca mais.
Esperando numa fila com uma mente suja
Limpe-a na manhã de domingo.
Eu não quero fazer isso nunca mais
Um dia por semana nós oferecíamos a face
Oh, como nós nos ajoelhávamos.
Oh, nós éramos tão quietos.
Nunca, nenhuma luz lá...
Eu não ligo, não estava certo lá...
Acorde cedo, arrume seu cabelo.
Melhor do domingo na manhã de domingo.
Eu não quero ver isso nunca mais.
Chá e torradas na sala de visitas.
Nós fizemos isso tudo na manhã de domingo.
Eu não quero ver isso nunca mais.
Nós entramos no medo, para adorar aqui.
É errado sentir. É errado preocupar-se.
Você não deve roubar, você não deve xingar.
Eu não quero fazer isso nunca mais.
Eu não quero fazer isso nunca mais."
Me sentindo triste na manhã de domingo
Eu não quero fazer isso nunca mais.
Esperando numa fila com uma mente suja
Limpe-a na manhã de domingo.
Eu não quero fazer isso nunca mais
Um dia por semana nós oferecíamos a face
Oh, como nós nos ajoelhávamos.
Oh, nós éramos tão quietos.
Nunca, nenhuma luz lá...
Eu não ligo, não estava certo lá...
Acorde cedo, arrume seu cabelo.
Melhor do domingo na manhã de domingo.
Eu não quero ver isso nunca mais.
Chá e torradas na sala de visitas.
Nós fizemos isso tudo na manhã de domingo.
Eu não quero ver isso nunca mais.
Nós entramos no medo, para adorar aqui.
É errado sentir. É errado preocupar-se.
Você não deve roubar, você não deve xingar.
Eu não quero fazer isso nunca mais.
Eu não quero fazer isso nunca mais."
26 julho, 2008
Anjo IV
Lágrimas de anjo viram jujubas. Vermelhas, as de paixão. Que são as mais saborosas, apesar de mancharem o travesseiro. Nosso anjo viu os olhos azuis de uma anja e neles encontrou o reflexo d’Ele. Antes que me pergunte, anjos trepam. Anjos não têm sexo. Mesmo assim, fazem. Amor de anjo é puro, mas o caminho para Vênus anda cheio de meteoritos que machucam as asas. No depois, não fumam. Balançam os pezinhos, e agitam os braçinhos, e assim fazem aquela brisa que sentimos no começo da manhã. Toda brisa que bate no rosto das gentes numa manhã de sol é orgasmo de anjo. Sorria para as brisas! Mas nosso anjo, sempre um tanto desbocado, ensaca jujubas roxas. “Merda!”. Jujubas roxas são lágrimas que os anjos derramam quando sentem saudades.
23 julho, 2008
História sem mim
Era uma vez um homem. Seus 30 anos, sem filhos. Sem. não acreditava, não desacreditava. Nem sorria, nem chorava. Escrevia. E por entre seus desenhos garrafais uma vez viu uma mulher. Uma vez. Desejou ele que fosse um sonho. Desacreditou. Perdeu a inspiração. Tinha amigos? Tinha pra quem contar? E em uma de suas reuniões no gabinete cerebral resolveu esquecer, já tinha desacreditado mesmo. Então lembrou que tudo nesse mundo é possível, as pessoas é que não acreditavam. Lembrou que era uma pessoa. Lembrou da existência das metáforas. Lembrou que tinha um coração. Que era homem e podia desejar uma mulher, aquela mulher. Desejou-a então.
Queria morar com ela.
Tornou-se um homem com filhos.
Queria morar com ela.
Tornou-se um homem com filhos.
21 julho, 2008
nós nos apegamos com o presente. é engraçado. nos apegamos tanto ao agora que se tem a impressão que nunca vai acabar, que as coisas não vão mudar. mas elas mudam. e nós, no apego, não percebemos.
Elenise Penha
[há certos momentos que queremos que durem pra sempre...]
o bom é que, por causa disso, dessa constante inconstância, a vida não se torna monótona.[é bom mudar...]
Elenise Penha
Mein Sonne
"Alle warten auf das Licht
fürchtet euch fürchtet euch nicht
die Sonne scheint mir raus den Augen
sie wird heute Nacht nicht untergehen
und die Welt zählt laut bis zehn
Eins
Hier kommt die Sonne
Zwei
Hier kommt die Sonne
Drei
Sie ist der hellte Stern von allen
Vier
Hier kommt die Sonne
Fünf
Hier kommt die Sonne
Sechs
Hier kommt die Sonne
Sieben
Sie ist der hellte Stern von allen
Acht, neun
Hier kommt die Sonne"
17 julho, 2008
remédios e pílulas em pequenas e agradáveis quantidades
Analgésico que alivia as dores,
anestésico com efeito colateral de apeito no peito,
fragrância favorita...
Mãos atravessando a pele com temperaturas diferentes
se igualam, amenizam...
o tempo corre com medo do que possa acontecer.
passa ônibus, passam perguntas, sangue corre nas veias, ar atravessa os pulmões.
Ponteiros velozes, segundo vorazes
veludosas vozes
em sussurros
sem raciocínio.
Fascínio.
Elenise Penha
[remédios e pílulas em pequenas e agradáveis quantidades, doses incalculáveis, cura.]
.just like heaven.
.just like heaven.
16 julho, 2008
10 julho, 2008
em alguns momentos meu passado desaparece com um simples olhar. esqueço dele e gosto disso. esqueço tudo. lembro-me de sorrir e fecho os olhos. depois lembro de agradecer, mas nem sempre faço isso. simples fatos já o fazem.
e é tudo tão forte, tão forte, que prefiro apagar a luz...
... e respirar.
(meu passado é pequeno, muito pequeno.)
e é tudo tão forte, tão forte, que prefiro apagar a luz...
... e respirar.
(meu passado é pequeno, muito pequeno.)
06 julho, 2008
04 julho, 2008
17 junho, 2008
15 junho, 2008
12 junho, 2008
Teu corpo seja brasa
teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo
um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo
Alice Ruiz
e o meu a casa
que se consome no fogo
um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo
Alice Ruiz
08 junho, 2008
03 junho, 2008
pra transformar o que eu digo...
01 junho, 2008
27 maio, 2008
Sessão cartas II
ir embora, ficar longe de pessoas, de humanos. humanos são os causadores dos meus problemas. pessoas e dinheiro. e como dinheiro é feito por pessoas, logo...
cansada. cansada da vida, de frescura, de não poder fazer, de não poder ver, de não poder. cansada do tempo, do rodoviária, do sono, das festas, das bandas, das pessoas... é o acordar todo dia de manhã já sabendo do final do dia. é ficar triste por estar bem, aparentemente bem, superficialmente bem, falsamente bem. cansada da falsidade, da brutalidade e da falta de educação. tenho que levantar, escovar os dentes e sair todos os dias.
e o líquido hidroxilado não adianta. e os abraços demorados não são para sempre. o sorriso é só externo. a fumaça vai matando aos poucos.
festas estranhas. o pouco que muda também é estranho. com pessoas estranhas. conversas estranhas e cousas estranhas. cenas de embrulhar o estômago, respirar fundo e olhar pro céu: "fica quieta que uma hora acaba, fica calada que uma hora passa, aproveita e sai daí."
vontade de trancar as porta de novo, só preciso lembrar onde pus as chaves...
queria ter pelo menos um pouco de paz. 24 horas de sossego. 24 horas... sem memória.
de que adianta sorrir? o rosto esquece, mas a mente não. mas adianta... adianta por milésimos de milésimos de segundos - é o tempo, a trégua que o cérebro dá - um período sem memória, uma fração de vida.
ah! e quase ia esquecendo... obrigada.
cansada. cansada da vida, de frescura, de não poder fazer, de não poder ver, de não poder. cansada do tempo, do rodoviária, do sono, das festas, das bandas, das pessoas... é o acordar todo dia de manhã já sabendo do final do dia. é ficar triste por estar bem, aparentemente bem, superficialmente bem, falsamente bem. cansada da falsidade, da brutalidade e da falta de educação. tenho que levantar, escovar os dentes e sair todos os dias.
e o líquido hidroxilado não adianta. e os abraços demorados não são para sempre. o sorriso é só externo. a fumaça vai matando aos poucos.
festas estranhas. o pouco que muda também é estranho. com pessoas estranhas. conversas estranhas e cousas estranhas. cenas de embrulhar o estômago, respirar fundo e olhar pro céu: "fica quieta que uma hora acaba, fica calada que uma hora passa, aproveita e sai daí."
vontade de trancar as porta de novo, só preciso lembrar onde pus as chaves...
queria ter pelo menos um pouco de paz. 24 horas de sossego. 24 horas... sem memória.
de que adianta sorrir? o rosto esquece, mas a mente não. mas adianta... adianta por milésimos de milésimos de segundos - é o tempo, a trégua que o cérebro dá - um período sem memória, uma fração de vida.
ah! e quase ia esquecendo... obrigada.
Àquele que me faz feliz.
Elenise Penha
22 maio, 2008
17 maio, 2008
Crônica dos braços não torcidos
Pessoas. Pernas em movimento. Dentes a mostra. Copos e fumaça entre os dedos. Muitas pessoas: festa.
Ele está distante. Ela também.
Está confusa e um tanto animada, talvez ansiedade para vê-lo. Talvez. Seus olhos não cruzaram com os dele até aquele momento.
Ele continua distante. Então ela o vê, corre e vai a seu encontro. Não abraça. Um balde de hidrogênio líquido cai sobre sua cabeça. Ela não se importa. Várias partes dela já estavam congeladas a tempos.
Ele permanece na pose, aliás, os dois. Dois corpos que ansiavam por se encontrar, mas não admitem. Nenhum braço é torcido.
Mas ele a observa, de longe. Todos os movimentos, todos os passos. Tudo. Cada gesto, cada palavra é gravada. Ele é sutil.
Talvez goste dela, talvez.
Quando estão sozinhos, os dois se entendem muito bem. Ali não é necessária nenhuma pose. Ali ele tira a máscara e desamarra os punhos. Ele a abraça e olha no fundo dos olhos dela.
Não é necessário nenhuma palavra.
Ele está distante. Ela também.
Está confusa e um tanto animada, talvez ansiedade para vê-lo. Talvez. Seus olhos não cruzaram com os dele até aquele momento.
Ele continua distante. Então ela o vê, corre e vai a seu encontro. Não abraça. Um balde de hidrogênio líquido cai sobre sua cabeça. Ela não se importa. Várias partes dela já estavam congeladas a tempos.
Ele permanece na pose, aliás, os dois. Dois corpos que ansiavam por se encontrar, mas não admitem. Nenhum braço é torcido.
Mas ele a observa, de longe. Todos os movimentos, todos os passos. Tudo. Cada gesto, cada palavra é gravada. Ele é sutil.
Talvez goste dela, talvez.
Quando estão sozinhos, os dois se entendem muito bem. Ali não é necessária nenhuma pose. Ali ele tira a máscara e desamarra os punhos. Ele a abraça e olha no fundo dos olhos dela.
Não é necessário nenhuma palavra.
Mas... isso é real???
...Isso já faz muito tempo. Eles agora não se vêem mais. Encontros casuais, apenas. Ele mudou, ela também. Ela terminou o curso. Ele arranjou um bom emprego. Cada um com seus afazeres. Até que, um belo dia, ao cruzar a calçada, os olhos se encontram. Um risco de reconhecimento passa pelo cérebro de ambos. Um sonhos antigo, um sonho. Faz tanto tempo. Ela continua linda e ele aprendeu a erguer os olhos, mostrando todo o seu charme. Mas os olhos apenas se cruzam. Nada mais. Só o sonho permanece. Nada mais. O telefone não grita. A campainha não soa. Nada mais.
13 maio, 2008
06 maio, 2008
Primogênito acróstico
anos juntos
amigo, filho, irmão
de nada, cara
para meu amigo. criatura, és o maior e mais belo de todos!
Apareceste pra mim sei bem quando
és aquilo que me fascina, meu grande amigo
certeiramente com sua beleza inefável
instalou-se em minha torpe existência, sem comando
o irmão mais novo que tenho sempre comigo
amigo, filho, irmão
de nada, cara
para meu amigo. criatura, és o maior e mais belo de todos!
Apareceste pra mim sei bem quando
és aquilo que me fascina, meu grande amigo
certeiramente com sua beleza inefável
instalou-se em minha torpe existência, sem comando
o irmão mais novo que tenho sempre comigo
obrigada por existir na minha vida...
04 maio, 2008
Um gole de vinho
palavra presa na garganta
sonhos estranhos
pessoas mortas
imagens surdas
fortemente sentidas
corpo
corpo
carne
.copo
viveu a moça de passagens
sem juízo
sem perdão
sonhos estranhos
pessoas mortas
imagens surdas
fortemente sentidas
corpo
corpo
carne
.copo
viveu a moça de passagens
sem juízo
sem perdão
sentindo tudo
[garçom, mais uma dose desses, por favor]
02 maio, 2008
O doce sabor da ilusão
é demais p'ra mim,
realmente demais pra mim
estar ao lado teu,
tão bela criatura
[tua beleza calada
grita a mim, tão forte]
iluminando meu silêncio
e meus olhos fundos, tão pesados,
que não encaram os teus mas não pensam n'outra coisa
tua presença ali, constante
meus reflexos burros nada conseguiam fazer
é o coração... é o coração...
"minh'aura a teu lado estava"
Elenise Penha
realmente demais pra mim
estar ao lado teu,
tão bela criatura
[tua beleza calada
grita a mim, tão forte]
iluminando meu silêncio
e meus olhos fundos, tão pesados,
que não encaram os teus mas não pensam n'outra coisa
tua presença ali, constante
meus reflexos burros nada conseguiam fazer
é o coração... é o coração...
"minh'aura a teu lado estava"
Elenise Penha
01 maio, 2008
quebrei todos os meus anéis e fiz cortes em meus pulsos. vi o sangue, gota a gota, negro ao tocar o chão. é só sangue - disse o menino ao passar. é só sua vida. e o sangue manchou todos os livros, folha por folha, destruindo os antigos poemas e cartas inúteis. por-que não adianta só dizer, dizer, dizer. as olheiras se aprofundam e tudo em volta vai enegrecendo. "é só sua vida" - ecoa a voz. "queria enlouquecer" - diz a outra. por-que cansei de ser doida, doida de pedra. pedra degastada pelo intemperismo.
Elenise Penha
Elenise Penha
28 abril, 2008
A ti, 2ª pessoa
Manifesto anti-separação
não te quero a meu lado, sempre. não quero-te, mais tanto. mas desejo. tremo e ardo em tua presença. de vontade. de loucura. de mim + ti. não por nós. erro, gaguejo pois só tenho uma vontade. você, apenas você. não te amo. não lembro da tua presença no frio da madrugada, na solidão... nem você. e tudo queima. só cinzas. por isso teus olhos brilham. por isso a imantação de nossos átomos. já não tenho mais escolha. é tudo vermelho. vermelho-fogo. vermelho-fogo-pimenta, pimenta no céu... da boca, de nossas bocas que não se juntam. porque é paradoxo muito. difícil demais... e concomitantemente fácil.
Elenise Penha
Elenise Penha
24 abril, 2008
22 abril, 2008
19 abril, 2008
16 abril, 2008
guarda-chuvas na parada de ônibus
quase meia-noite
vários tamanhos, várias cores
várias pessoas
chove fora de chove dentro
é frio, é tarde
muito ônibus, muito ônibus
mas não moro em Timon
muito menos no Dirceu
vários garda-chuvas na parada de ônibus
eu também tenho guarda-chuva
mas está fechado
não tenho medo de chuva
não tenho medo de chover
está molhado
Elenise Penha
12 abril, 2008
11 abril, 2008
As coisas muito me impressionam. Olho tudo. A gente planeja, planeja e nada sai como o pensado. Pior é que tudo isso se encaixa como se a vida fosse um pivete lerdo brincando de lego. No final sai o castelo. E tudo se encaixa. às vezes, as pessoas, a música, os sinais. Tudo. Olho tudo mas vejo tão pouco. Ainda tenho que morrer um pouco mais.
Elenise Penha
Elenise Penha
09 abril, 2008
06 abril, 2008
02 abril, 2008
Poeminha Ordinário
"Nada de extremos
Nem mais pétalas nem espinhos
Nem amores arrebatadores
Nem amargura e solidão
Nada de veneração ou desprezo
Indiferença talvez me baste
Ou no máximo uma inclinação
O que eu não quero é dor
Quando quiser amar
E nem fingir sorrir
Quando quiser chorar."
Éverton Diego
Nem mais pétalas nem espinhos
Nem amores arrebatadores
Nem amargura e solidão
Nada de veneração ou desprezo
Indiferença talvez me baste
Ou no máximo uma inclinação
O que eu não quero é dor
Quando quiser amar
E nem fingir sorrir
Quando quiser chorar."
Éverton Diego
Poesia belíssima!
28 março, 2008
Deixa quieto
Não sou poeta
Sou fungidôra
Sou besta
Sou égua
Sou fútil
Sou feia
Sou menina réa do buchão
Sou inútil
e não sou metida [infelizmente!]
**queria mandar gente se lascar e não consigo**
Sou idiota
Sou egoísta
não extravaso minha raiva, não choro minhas dores
Aprendi a gritar pra dentro
bem alto
bem forte
fico quieta
**mas ultimamente está sendo tão difícil**
Nunca procurei a porra do amor sincero que o Tim Maia fala
mas às vezes me pego esperando
uma espera pior que a do rodoviária, que tem hora certa pra passar e mesmo assim atrasa
Sou mentirosa
engano os bêsta mesmo quando não quero
Já fiz gente sorrir
Jjá fiz gente gritar [e gritei junto]
Já fiz chorar...
Também já tive paciência
(...)
fico quieta.
fale comigo
mas,
por favor,
não torre minha paciência inexistente
Tenho muitos livros inacabados e ainda mais milhares e milhares de outros pra começar.
Sou fungidôra
Sou besta
Sou égua
Sou fútil
Sou feia
Sou menina réa do buchão
Sou inútil
e não sou metida [infelizmente!]
**queria mandar gente se lascar e não consigo**
Sou idiota
Sou egoísta
não extravaso minha raiva, não choro minhas dores
Aprendi a gritar pra dentro
bem alto
bem forte
fico quieta
**mas ultimamente está sendo tão difícil**
Nunca procurei a porra do amor sincero que o Tim Maia fala
mas às vezes me pego esperando
uma espera pior que a do rodoviária, que tem hora certa pra passar e mesmo assim atrasa
Sou mentirosa
engano os bêsta mesmo quando não quero
Já fiz gente sorrir
Jjá fiz gente gritar [e gritei junto]
Já fiz chorar...
Já assisti big brother, [num nego] já fiz xixi na cama, já comi com a mão, já comi terra com a mão, já chutei concreto, já dei murro mole e errado em gente, já caí em público, plantei bananeira, levei chifrada [de um cabrito :P], peguei carrêra de bicho, peguei carrêra de gente... já me perdi e já me achei; já me escondi e fui esquecida.
Também já tive paciência
(...)
fico quieta.
fale comigo
mas,
por favor,
não torre minha paciência inexistente
Tenho muitos livros inacabados e ainda mais milhares e milhares de outros pra começar.
e, não, eu não quero só amar
Elenise Penha
25 março, 2008
23 março, 2008
Poeminha: nem dela, nem meu
"Despertam docemente as brisas
Sopram, perenas, noite e dia,
por toda parte a sussurrar.
Aroma tenro, nova melodia.
Agora, pobre coração, reanima-te:
Agora tudo, tudo mudará.
Faz-se o mundo mais belo cada dia.
Se o momento presente é tão feliz
o amanhã que surpresas não trará!
Floresce ao longe o vale mais sombrio.
Agora, pobre coração, esquece a mágoa.
Agora tudo, tudo mudará."
Ludwig Uhland
Sopram, perenas, noite e dia,
por toda parte a sussurrar.
Aroma tenro, nova melodia.
Agora, pobre coração, reanima-te:
Agora tudo, tudo mudará.
Faz-se o mundo mais belo cada dia.
Se o momento presente é tão feliz
o amanhã que surpresas não trará!
Floresce ao longe o vale mais sombrio.
Agora, pobre coração, esquece a mágoa.
Agora tudo, tudo mudará."
Ludwig Uhland
Obrigada Yasmim!
22 março, 2008
Reticências II
Medo.
o que é isso?
te faz sofrer, agonizar
Medo.
uma lágrima no rosto
um suspiro
um tiro para o ar
Medo.
te faz sofrer, te faz gritar
Medo.
alguém pede ajuda
a doença incurável
um corte no céu
Medo.
um socorro sufocado
um olho arregalado
Medo:
te faz parar.
Mas o medo é somente dos choques mecânicos, cara, só deles.
Elenise Penha
o que é isso?
te faz sofrer, agonizar
Medo.
uma lágrima no rosto
um suspiro
um tiro para o ar
Medo.
te faz sofrer, te faz gritar
Medo.
alguém pede ajuda
a doença incurável
um corte no céu
Medo.
um socorro sufocado
um olho arregalado
Medo:
te faz parar.
Tenho medo da morte, cara, como muitos por aqui. Tenho medo de assalto, justamente por não ter nada. Quero continuar com minhas pernas no lugar. Tenho medo e não minto.
Mas o medo é somente dos choques mecânicos, cara, só deles.
Elenise Penha
19 março, 2008
Pode até parecer fraqueza...
Sabe o que mais gosto?
O que eu penso... é só meu. E o que eu sinto é mais meu ainda. Se eu falar, não vai ser a mesma coisa. Talvez, se eu fizer algo, é que possa ter algum efeito ou validade. Mas mesmo assim o que eu sinto continua sendo meu, apenas meu. Ainda bem.
Sabe o que mais gosto mesmo?
Não digo.
"O que eu penso e o que eu sinto ninguém precisa saber..."
O que eu penso... é só meu. E o que eu sinto é mais meu ainda. Se eu falar, não vai ser a mesma coisa. Talvez, se eu fizer algo, é que possa ter algum efeito ou validade. Mas mesmo assim o que eu sinto continua sendo meu, apenas meu. Ainda bem.
Sabe o que mais gosto mesmo?
Não digo.
"O que eu penso e o que eu sinto ninguém precisa saber..."
Mas alguns sabem.
Pois que seja fraqueza então\o/
Pois que seja fraqueza então\o/
Elenise Penha
Valor... Sentido... Razão...
De que valem os escritos se o que importa é o sentido. A ambigüidade é um dom e também uma maldição. Esse é o mal de se viver em bando. O seu verde pode ser o verde-oliva do outro.
Raios!
15 março, 2008
14 março, 2008
Pedaços
Tento...
... me desespero, me descabelo e grito.
Nas mãos, o sangue da mordida
as plaquetas,
a saliva.
.. o gosto de ferro que sai das feridas.
parece que a vida parou
não sei
tubo quântico?
degenerado momento louco
lembranças torpes, ensandecidas
e o tempo faz estradas
e a visão faz estragos
... me desespero, me descabelo e grito.
Nas mãos, o sangue da mordida
as plaquetas,
a saliva.
.. o gosto de ferro que sai das feridas.
parece que a vida parou
não sei
tubo quântico?
degenerado momento louco
lembranças torpes, ensandecidas
e o tempo faz estradas
e a visão faz estragos
e a imaginação?
Elenise Penha
13 março, 2008
.
Oi José? Tudo bem com você?
Pois é, voltei. E voltei diferente. Diferente porque consigui realizar aquilo que você pensava que não, que eu não ia conseguir. Eu lia em seus olhos, eles tinham um sorriso dentro. Um sorriso de desdém.
Voltei pra avisar isso: consegui. E vou continuar conseguindo tudo aquilo que você duvida de mim. Você me fez muito triste, José. Mas hoje eu lhe agradeço, por tudo.
Obrigada.
[Agora você é apenas uma música triste. Uma música que eu não escuto mais.]
[Mas ainda posso e tenho o direito de escrever pra você.]
[Nada de reticências, só pontos.]
Pois é, voltei. E voltei diferente. Diferente porque consigui realizar aquilo que você pensava que não, que eu não ia conseguir. Eu lia em seus olhos, eles tinham um sorriso dentro. Um sorriso de desdém.
Voltei pra avisar isso: consegui. E vou continuar conseguindo tudo aquilo que você duvida de mim. Você me fez muito triste, José. Mas hoje eu lhe agradeço, por tudo.
Obrigada.
[Agora você é apenas uma música triste. Uma música que eu não escuto mais.]
[Mas ainda posso e tenho o direito de escrever pra você.]
[Nada de reticências, só pontos.]
.De uma antiga amiga
06 março, 2008
22 fevereiro, 2008
13 fevereiro, 2008
Ela sentia os cabelos longos,
de vários anos.
Como se tivesse vivido muito,
sentia o rosto mais moreno
e o olhar mais sério.
Os pés se acostumaram ao frio do chão
e da vida.
Então ela se levantou no meio da madrugada:
um peso (talvez) menor nas costas...
(até a letra mudara?!)
Não era mais menina.
Não mais.
de vários anos.
Como se tivesse vivido muito,
sentia o rosto mais moreno
e o olhar mais sério.
Os pés se acostumaram ao frio do chão
e da vida.
a alma
Então ela se levantou no meio da madrugada:
um peso (talvez) menor nas costas...
(até a letra mudara?!)
Não era mais menina.
Não mais.
"Escrevera por hoje."
10 fevereiro, 2008
03 fevereiro, 2008
poesia para menina
menina, menina
se cuida menina
que a noite chega
e o Diabo já vem
menina, menina
acorde menina
a vida não é
o mar não é
...
...
...
e ele não é
não chore, menina
que a chuva já vem
Elenise Penha
se cuida menina
que a noite chega
e o Diabo já vem
menina, menina
acorde menina
a vida não é
o mar não é
...
...
...
e ele não é
não chore, menina
que a chuva já vem
Elenise Penha
[modificada]
16 janeiro, 2008
12 janeiro, 2008
Cheiro de mofo e dor no peito
Sorry
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like sorry
Like sorry
Forgive me
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like forgive me
Forgive me
But you can say baby
Baby can I hold you tonight
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine
I love you
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like I love you
I love you
But you can say baby
Baby can I hold you tonight
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine...
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like sorry
Like sorry
Forgive me
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like forgive me
Forgive me
But you can say baby
Baby can I hold you tonight
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine
I love you
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like I love you
I love you
But you can say baby
Baby can I hold you tonight
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine...
Tracy Chapman
Voltei a sentir falta de um simples alguém a quem dizer isso.
Será se eu consigo de novo?
Será se eu consigo de novo?
11 janeiro, 2008
poeminha que não é meu
Canção para uma valsa lenta.
Minha vida não foi um romance…
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amas, não digas, que morro
De surpresa… de encanto… de medo…
Minha vida não foi um romance…
Minha vida passou por passar.
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.
Minha vida não foi um romance…
Pobre vida… passou sem enredo…
Glória a ti que me enches a vida
De surpresa, de encanto, de medo!
Minha vida não foi um romance…
Ai de mim… Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso… de um gesto… um olhar…
Mário Quintana
04 janeiro, 2008
02 janeiro, 2008
.
Sinto-me estranha, sem a mínima vontade de escrever... estou aqui por teimosia, por prática ou talvez por loucura.
Por-que algumas coisas não mudam?
Por-que algumas coisas não mudam?
Esse tédio me condena...
as músicas não servem
o óculos não serve
o amor não serve
a comida não serve
o amor não existe
a dor de cabeça não basta
o cabelo não serve
a bagunça não serve
as féias não servem
o estudo faz falta
a vida faz falta
o óculos não serve
o amor não serve
a comida não serve
o amor não existe
a dor de cabeça não basta
o cabelo não serve
a bagunça não serve
as féias não servem
o estudo faz falta
a vida faz falta
que vida???
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